05 abril 2013

Escrita criativa: sete conselhos práticos

Fonte: site do roteirista JOÃO NUNES, escrito pelo próprio


"Todos os que tra­ba­lham com escrita cri­a­tiva — escri­to­res, argu­men­tis­tas, jor­na­lis­tas, blo­guei­ros, ensaís­tas, reda­to­res — estão sem­pre sequi­o­sos de con­se­lhos prá­ti­cos que pos­sam tor­nar um pouco mais fácil uma tarefa geral­mente penosa.
Ou que, pelo menos, lhe dêem uma boa des­culpa para adiar essa tarefa por mais cinco minutos.
Eu, que vivo essen­ci­al­mente da escrita cri­a­tiva, tam­bém não perco uma opor­tu­ni­dade de escre­ver um artigo sobre o tema. Pode con­fe­rir aqui alguns dos que já escrevi.
Um dos temas mais fas­ci­nan­tes deste género de lei­tu­ras são os hábi­tos dos escri­to­res, ou de quem se dedica à escrita cri­a­tiva. Por alguma razão um dos livros de roteiro mais bem suce­di­dos se chama Os 101 Hábi­tos dos Argu­men­tis­tas de Sucesso
Por isso não con­sigo resis­tir a nenhum artigo com o título Os sete hábi­tos dos escri­to­res a sério. E achei-​​o sufi­ci­en­te­mente inte­res­sante para deci­dir resu­mir aqui os sete hábi­tos de quem se dedica seri­a­mente à escrita criativa:


  1. Escre­ver — escri­to­res escre­vem. Sem­pre. Todos os dias. Com horá­rio mar­cado. Não basta pen­sar em escre­ver; não basta falar em escre­ver; não basta pla­ne­jar o que se vai escre­ver. É pre­ciso escrever.
  2. Focar — enquanto se escreve não se pode fazer mais nada. Não se pode veri­fi­car os emails, ir ao Face­book, fazer as pala­vras cru­za­das. Reserve um tempo para a escrita (nem que seja só meia hora) e nesse período não faça mais nada senão escrever.
  3. Ler — os escri­to­res lêem muito. Alguns vivem ape­nas para ler e escre­ver. Mesmo que não seja esse o caso, difi­cil­mente poderá pro­gre­dir na escrita se não ler bas­tante. E não deve ler só aquilo que escreve. Se é gui­o­nista, não leia só guiões. Agarre num livro que tenha reser­vado para mais tarde e comece a lê-​​lo ainda hoje.
  4. Apren­der — pode­mos apren­der muito só pela lei­tura de gran­des obras. Mas tam­bém é bom ler tam­bém sobre o ofí­cio da escrita e da cri­a­ti­vi­dade — memó­rias, auto­bi­o­gra­fias, ensaios, livros de téc­nica ou de ins­pi­ra­ção. Livros como The Cre­a­tive HabitOn Wri­ting, ou Adven­tu­res in the Screen Trade são jane­las aber­tas sobre os pro­ces­sos men­tais dos auto­res e criadores. Há tam­bém blo­gues, como este, e revis­tas que se dedi­cam ape­nas a esse tema. Leia-​​os com regu­la­ri­dade e vai segu­ra­mente melho­rar a sua escrita criativa.
  5. Re-​​escrever — como foi aqui citado recen­te­mente, Fran­cis Ford Copolla diz que “A re-​​escrita é o nome do meio da escrita”. Hemingway tam­bém dei­xou bem claro que “A pri­meira ver­são de qual­quer coisa é uma merda”. Se eles acham isso, como é que nós pode­mos pen­sar que as nos­sas pri­mei­ras ver­sões já são sufi­ci­en­te­mente boas?
  6. Ser pro­fis­si­o­nal — como Somer­set Maugham muito bem dizia “Eu escrevo só quando a ins­pi­ra­ção bate à porta. Feliz­mente, ela bate à porta todas as manhãs às nove em ponto.” Os ama­do­res debatem-​​se com as cri­ses e a falta de ins­pi­ra­ção; os pro­fis­si­nais sentam-​​se e escrevem.
  7. Refle­tir — quem leva a sério a escrita cri­a­tiva não se limita a escre­ver — reflete sobre o que escreve, a forma como escreve, as razões por­que escreve. Ana­lisa os seus pon­tos fra­cos e for­tes. Toma deci­sões cons­ci­en­tes sobre aonde quer levar a sua escrita, e de que for­mas o vai fazer.

Pode ler o artigo com­pleto aqui (em inglês). Quando ter­mi­nar pare ime­di­a­ta­mente de pro­cras­ti­nar e reco­mece o que estava a escrever".

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