02 julho 2009

Dicas de um profissional da dramaturgia

Dicas de um profissional da dramaturgia
Flávio Laginski


Um dos mais renomados e premiados dramaturgos do País está em Curitiba para uma série de workshops. O paulista Luís Alberto de Abreu, autor de peças teatrais como Bella ciao, e dos roteiros das minisséries Hoje é dia de Maria e A pedra do reino, fica na capital paranaense até amanha ministrando aulas para os participantes do Núcleo de Dramaturgia do Serviço Social da Indústria (Sesi), no Teatro José Maria Santos.

De acordo com o dramaturgo, as aulas serão realizadas conforme a necessidade dos alunos. "Não tem nada preparado para o workshop. Os participantes terão um trabalho prático e as aulas seguirão conforme a necessidade deles. Se optarem por algo mais clássico ou mais contemporâneo, esse será o caminho. Essa será a primeira vez que ministro um workshop em Curitiba e estou na expectativa de que seja muito bom, pois li materiais daqui e achei muito bom", comenta.

Atuando como dramaturgo desde 1980, quando o seu primeiro texto profissional, Foi bom meu bem? estreou, Alberto de Abreu conta o que é preciso para ser um bom dramaturgo.

"Não adianta possuir apenas a técnica, o artifício. É preciso que o autor tenha sensibilidade e saiba transmiti-la. O texto precisa de muita vitalidade para que funcione bem", revela.

O autor acredita que a dramaturgia contemporânea é uma tendência que vai se firmar no meio artístico, graças a sua multiplicidade de gêneros e formatos. "Esse trabalho mais diferenciado vem chamando a atenção do público em geral. Com Hoje é dia de Maria, por exemplo, alcançamos uma audiência excelente para o horário, tanto que foi feita uma segunda versão dessa minissérie", relata.

Apesar do sucesso com essa linguagem, o dramaturgo admite que é muito mais trabalhoso criar um texto nesses moldes a escrever algo mais factual, do dia-a-dia. "Ele é mais difícil porque exige uma extensa pesquisa. Além disso temos que imaginar todo um mundo novo, figurino, entre outras coisas. Trata-se de um trabalho nitidamente autoral", diz.

Alberto de Abreu ainda dá uma dica para quem quer se tornar um dramaturgo. "Não tem muito segredo. Ler os clássicos da literatura é fundamental, principalmente Willian Shakespeare. Na minha opinião, Hamlet é a obra definitiva e ela está para dramaturgia como Davi, de Michelangelo, está para a escultura ou Cidadão Kane, de Orson Welles, para o cinema", encerra.

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